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O secretário de Saúde, Vinícius Rodrigues, compareceu à Câmara Municipal durante a sessão ordinária desta quinta-feira, 24, quando respondeu questionamentos dos vereadores sobre o Mutirão da Saúde, entre outros assuntos da sua pasta.

O secretário foi recepcionado pelo líder do governo na Casa, vereador João Donizeti Silvestre (PSDB), que formalizou o convite ao secretário a pedido da vereadora Iara Bernardi (PT), que, dando início aos questionamentos, cobrou esclarecimentos sobre como será feito o Mutirão da Saúde e quais as previsões de atendimento.

Segundo o secretário de Saúde, há uma demanda reprimida de 45 mil pacientes aguardando atendimento médico, totalizando de 90 mil a 120 mil procedimentos, provavelmente, segundo ele, uma média de 94 mil procedimentos, uma vez que um mesmo paciente pode fazer mais de um procedimento. Segundo Vinícus Rodrigues essa demanda reprimida remonta a governos anteriores, quando a Prefeitura de Sorocaba deixou de ceder seus médicos à Santa Casa, que, através dessa medida, faziam parte desses procedimentos cirúrgicos.

Com base em estudos relativos a outros mutirões do gênero, o secretário estima que, dessa demanda, devem comparecer em busca de atendimento no Mutirão da Saúde cerca de 30 mil pessoas, devido a vários motivos, inclusive porque muitos já conseguiram atendimento de outra forma, outros já faleceram. Desses 30 mil, ele acredita que 10 mil terão seus casos resolvidos de imediato, restando 20 mil que precisarão de um atendimento de maior complexidade. Segundo ele, para atender esses 20 mil pacientes, foram ampliados os convênios com a Santa Casa e o Gpaci, citando, como exemplos, o aumento de 100 para 220 endoscopias na Santa Casa e o aumento de 10 para 200 ressonâncias magnéticas mensais, que serão feitas no Gpaci a partir de abril. O Hospital Santa Lucinda, que está ampliando sua UTI, também terá seu convênio com a Prefeitura ampliado. Para o secretário, com essas ampliações, será possível atender toda a demanda ainda neste ano.

Fluxo de atendimento – Respondendo a indagações da vereadora Iara Bernardi, o secretário explicou como será feito o fluxo de atendimento no âmbito do Mutirão da Saúde, que, segundo ele, foi previamente pensado por meio da reorganização da produtividade da rede hospitalar, inclusive com a ampliação do convênio da Santa Casa, que passou a ser de R$ 283 milhões por 24 meses, “o maior da história”, segundo Vinícius Rodrigues. O secretário informou, ainda, que foram contratados 400 médicos (quando se traduz em número de médicos o total de plantões contratados), justamente para evitar que os pacientes fiquem sem a continuidade e a conclusão de seu atendimento médico.

Respondendo a indagações do vereador Cristiano Passos (Republicanos), Vinicius Rodrigues explicou como serão as prioridades de atendimento no Mutirão da Saúde, citando que os casos mais graves, que necessitam de cirurgia urgente (como uma hérnia inguinal em que o paciente não consegue sequer ir ao banheiro nem trabalhar), terão prioridade. Em relação a questionamentos do vereador Fausto Peres (Podemos), o secretário explicou que o contato com os pacientes será feito através de todos os seus contatos telefônicos, por três vezes, em dias e horários diferentes e em todos os telefones. Também pediu aos pacientes que atualizem seus cadastros nas Unidades Básicas de Saúde, de preferência após às 15 horas.

O vereador Cláudio Sorocaba (PL), presidente da Casa, defendeu que a Secretaria da Saúde, promova uma panfletagem nas Unidades Básicas de Saúde, informando a população sobre o Mutirão da Saúde e solicitando que façam seu cadastro. O secretário disse que irá entrar em contato com a Secretaria de Comunicação da Prefeitura para que essa divulgação possa ser feita.

Respondendo a indagações do vereador Vitão do Cachorrão (Republicanos), o secretário explicou que o contrato com o BOS (Banco de Olhos de Sorocaba) tinha sido encerrado em 2017, com isso, 24 mil consultas iniciais ficaram represadas e foram retomadas em outubro. Segundo ele, a partir de abril, será possível ter uma ideia da demanda por cirurgias de cataratas, quando então poderá ser feito um novo contrato com o BOS com esse objetivo.

Mais ambulâncias – Em relação ao Samu, o secretário explicou que havia irregularidades junto ao Ministério da Saúde desde 2010, que foram resolvidas na atual gestão e, a partir de agora, quando houver ampliação da frota por parte de ambulâncias pelo Governo Federal, Sorocaba poderá receber ambulância, ao contrário do que ocorreu em 2019. Segundo ele, o problema das ambulâncias já foi solucionado e o serviço de ambulância para transporte de pacientes começa a funcionar a partir de 10 de março, na UPH da Zona Norte. Segundo ele, pacientes graves sairão para internação em 15 minutos e os demais em cerca de uma hora.

O vereador Silvano Jr. defendeu a colocação de mais ambulâncias para atender os pacientes que precisam de transferências e fez questionamentos sobre pequenas cirurgias eletivas e sobre o serviço de fisioterapia. O secretário explicou que, em razão de dificuldades na licitação do serviço de fisioterapia, devido à desclassificação de todas as concorrentes por falta de documentação, a licitação do serviço está sendo aberta pela terceira vez. Segundo ele, está sendo estudado o meio que a cidade de Guaratinguetá utilizou para resolver um problema semelhante.

Respondendo a questionamentos do vereador Dylan Dantas (PSC) a respeito “difícil equação entre recursos financeiros, equipamentos e material humano”, o secretário explicou que os recursos destinados ao Mutirão da Saúde são oriundos de diversas emendas parlamentares federais, entre outros recursos. Observou que Sorocaba irá contratar serviços de terceiros, o que evita que faltem recursos financeiros ou que existam profissionais, mas faltem equipamentos, uma das preocupações levantadas pelo vereador.

Etapas de atendimento – Respondendo a questionamentos da vereadora Fernanda Garcia (PSOL), sobre consultas sobre especialistas e marcação de cirurgia, bem como o tempo para que esses procedimentos sejam realizados no âmbito do Mutirão da Saúde, o secretário disse que, dos 94 mil procedimentos esperados, na primeira etapa, não serão feitas apenas consultas, mas também exames e cirurgias, especialmente os de menor complexidade. O secretário acredita que, após essa segunda etapa, terá início a segunda etapa, com cirurgias e exames de maior complexidade. O vereador também respondeu a questionamentos da vereadora relativos ao contrato com a UPA do Éden, que, segundo ele, está em fase indenizatória e devido os plantões estão sendo pagos só depois de realizados e não no final do mês.

O vereador Vinícius Aith (PRTB) elogiou o secretário pela gestão e tratou das expectativas do Mutirão da Saúde, enquanto o vereador Luis Santos (Republicanos) também elogiou o secretário, especialmente por enfrentar dificuldades inéditas como a pandemia e defendeu que, após a pandemia, a estrutura utilizada para atender pessoas com síndrome gripal, seja direcionada para bairros que não dispõem de unidades de saúde. O secretário disse que, devido ao modelo de financiamento dessas estruturas, não é possível destiná-las para outras finalidades, mas que há estudos para construção de duas novas Unidades Básicas de Saúde, para desafogar a UBS Márcia Mendes e a do Júlio de Mesquita.

O vereador Ítalo Moreira (PSC) questionou o secretário sobre a demanda reprimida de cirurgias eletivas e também o fato de a demanda da região do São Guilherme ter sido temporariamente direcionada para o Maria Eugênia, o que, segundo ele, está gerando dificuldades para o atendimento. O secretário explicou que a mudança é temporária e que as melhorias da unidade do São Guilherme irão ficar para a unidade.

Por sua vez, o vereador Salatiel Hergesel (PDT) questionou a mudança do local do Programa Médico da Família, que deixou a Avenida Afonso Vergueiro e foi transferido para a Avenida Moreira César. Segundo o secretário, está sendo organizado um novo local para o programa, que deve ficar pronto até o final do mês de outubro, em local adequado para o atendimento.

Já o vereador Fábio Simoa (Republicanos) levantou o problema do fornecimento da Farmácia de Alto Custo, lembrando que o Município de Sorocaba está arcando com 500 fornecimentos de medicação de alto custo, que deveria ser feita pelo Estado, e o secretário concordou que esse é um dos problemas mais graves da saúde, que, segundo ele, piorou nos últimos anos. Por fim, respondendo a questionamento de Iara Bernardi, o secretário explicou como se dá o fluxo de atendimento nos casos de pacientes com câncer. Também respondendo a indagação de Simoa, o secretário discorreu sobre a frota de veículos da saúde, que foi ampliada, e novos veículos alocados serão entregues para as unidades de saúde a partir de abril.

E, encerrando os questionamentos, o vereador João Donizeti, líder do governo, elogiou a competência e o empenho do secretário e agradeceu pelos esclarecimentos que prestou ao Legislativo. O presidente da Casa, vereador Cláudio Sorocaba (PL), também destacou a importância dos esclarecimentos, lembrando que a Câmara Municipal é o poder mais próximo da população, razão pela qual é importante esse retorno.

Fonte: Câmara Municipal de Sorocaba