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Um ofício da vereadora Cíntia de Almeida, presidente do MDB em Sorocaba, encaminhado à prefeita Jaqueline Coutinho nesta última terça-feira (14), que pede a redução de salário dos funcionários públicos, tem gerado atrito com outro colega de partido, o presidente da Câmara de Vereadores, Fernando Dini, e o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Sorocaba.

O documento contraria um outro ofício Dini que, por sua vez, reivindica abono salarial a servidores públicos que trabalham no combate ao coronavírus. À Jovem Pan Sorocaba, nesta manhã de quarta-feira (15), o parlamentar disparou: “sou completamente contra o pedido da vereadora”.

O presidente do SSPMS, Salatiel Hergesel, em mensagem direcionada à vereadora, além de criticar a solicitação, chamou Cíntia de “ignorante”.

No documento, caracterizado como “urgente”, a parlamentar defende que “se verifique a possibilidade de medida de contenção financeira, suspendendo temporariamente os pagamentos de benefícios, gratificações, licenças-prêmio em pecúnia, sexta parte, férias não obrigatórias, de comissões e outros para o funcionalismo público de Sorocaba”.

Cíntia justifica seu pedido citando o atual ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que declarou “estado de transmissão comunitária do novo coronavírus em todo o Brasil, que está preocupante demais e que a atual situação de nosso município [Sorocaba] vem enfrentando por conta da pandemia da covid-19”.

Ipa Online questionou a vereadora nesta manhã de quarta-feira. Em mensagem encaminhada por meio do aplicativo WhatsApp, Cíntia respondeu que: “a ideia é tirar privilégios de quem mais os recebe e equacionar a situação temporariamente […]  Tudo isso temporário”, ressalta ela no texto.

Cíntia também reclamou que os servidores municipais não contam com EPI [Equipamento de Proteção Individual] para trabalhar, fato que irritou Hergesel. “Você é uma ignorante no aspecto de que o sindicato não tem reinvidicado EPI ao servidores. Acionamos a Justiça que concedeu em nosso favor a urgência do EPI aos servidores. É só acompanhar nosso trabalho pelo facebook do sindicato e se resguardara em falar o que não sabe”, criticou o presidente do sindicato que representa a categoria.

A vereadora também menciona que o sindicato tenta “subverter” sua intenção com o ofício. “Não subverti sua intenção. Ela foi muito clara. Em nenhum momento você questionou o governo sobre os gastos com a covid-19”, responde Hergesel à Cíntia.

“Não existe privilégios no serviço público. Se alguns recebem altos salários é porque existe lei para isso. O que é lei não é privilégio”, continuou Hergesel.

Ofícios do MDB se contrariam
Enquanto Cíntia pede a redução salarial dos servidores municipais, seu colega de partido e presidente da Câmara de Sorocaba, Fernando Dini, apresenta ao mesmo tempo um documento pedindo justamente o oposto.

Por meio de ofício à Prefeitura de Sorocaba, o vereador Fernando Dini (MDB), presidente da Câmara Municipal de Sorocaba, está reivindicando a criação de um abono salarial para os servidores públicos que estejam efetivamente prestando serviços relacionados ao combate à pandemia de Covid-19, como profissionais das áreas da saúde e da segurança pública.

Dini ressalta que os referidos servidores estão atendendo a um regime diferenciado de trabalho, com jornadas maiores e maior risco de contaminação, que se estende também a seus familiares e pessoas próximas. “É muito justo que haja valorização desses trabalhadores no atual contexto do enfrentamento e combate à pandemia em Sorocaba”, argumentou.

O abono sugerido teria o valor de um salário mínimo nacional e seria destinado exclusivamente aos funcionários da linha de frente no combate à pandemia. O presidente da Câmara solicita no ofício que a prefeita municipal determine aos setores competentes um estudo para criação da bonificação.

Fonte: Jornal Ipanema