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Sorocaba atingiu, em 2015, o menor índice de mortalidade infantil de sua história. Com 10,5 por 1.000 nascidos vivos – números divulgados pela Fundação SEADE no final da última semana – a taxa de mortalidade infantil na cidade caiu 15,32% em relação ao ano anterior e, ainda, ficou abaixo dos índices regional (11,7) e estadual (10,7), aproximando-se bastante de valores de um só dígito (menos de 10), o que é preceituado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

De acordo com a presidente do Comitê Municipal de Mortalidade Infantil, a vice-prefeita e secretária de Desenvolvimento Social, Edith Di Giorgi, há anos o índice de mortalidade infantil em Sorocaba vem apresentando tendência de queda e agora, em 2015, mudou definitivamente de patamar graças aos resultados de uma série de programas, ações e serviços específicos disponibilizados pelos setores público e privado de saúde, para o atendimento às mulheres desde o início da gravidez, bem como às crianças ao longo dos meses sequentes aos nascimentos.

Edith explica que as principais causas de Mortalidade Infantil estão relacionadas às afecções originadas no período perinatal (consequências da prematuridade) e que, por isso, são fundamentais ações de atenção básica nos municípios brasileiros. A coordenadora do Comitê Municipal de Mortalidade infantil destaca que em Sorocaba a prefeitura ampliou a Estratégia de Saúde de Família, aumentando de 16 para 44 nas Equipes de Saúde de Família (ESF), além de 5 para 14 nas Unidade de Saúde da Família, e que isso fez com que a cobertura do serviço subisse de 9% para 28% da população, com foco em áreas com maior vulnerabilidade, o que significa melhoria na vigilância e cuidado materno-infantil.

Edith comenta que, com o aumento das Equipes de Saúde de Família, foi possível intensificar ações territorializadas como os cuidados na gestação; orientações quanto à importância do correto seguimento de todas as consultas e exames de pré-natal; visitas domiciliares aos recém-nascidos; orientações e cuidados com as crianças; prevenção de acidentes na infância; avaliação da situação vacinal e demais ações que as equipes de saúde da família realizam por conhecerem o seu território e a população de sua micro área, o que possibilita intensificar o vínculo das equipes com as famílias, dentre outros.

Para que tudo saia da forma esperada, a Secretaria da Saúde  vem intensificando ações de Educação Continuada e treinamentos de suas equipes multiprofissionais, visando o adequado acompanhamento de gestantes e crianças para o diagnóstico precoce dos agravos  à  saúde  das mães e de seus filhos, com revisão periódica dos protocolos assistenciais.

O secretário municipal de Saúde, Ailton de Lima Ribeiro, relata que também são destaque na atenção materno-infantil alguns programas municipais como o “Pré-natal para Gestantes de Alto Risco”, o que inclui gestantes adolescentes, além dos pré-natais de baixo e médio riscos, que também oferecem atendimento odontológico preferencial e obrigatório para todas as gestantes, além do controle e monitoramento das internações de gestantes durante o Pré-Natal.

Ailton Ribeiro lembra, ainda, que há também o programa “Recém-Nascido de Risco”, que garante o agendamento de consulta até sete dias, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), para os recém-nascidos nas maternidades SUS, bem como para as mães puérperas, e ainda o programa “Bebê Saudável”, que acompanha e monitora os bebês menores de um ano internados em hospitais SUS e também agenda consultas precoces nas Unidades Básicas de Saúde.

“Outra ação importante é o trabalho proativo das equipes de saúde na busca de crianças e gestantes que faltam às consultas programáticas e das que encontram-se em situação de risco”, destaca o secretário municipal de Saúde, lembrando que o Governo Municipal ainda mantém várias ações na área hospitalar, dentre as quais as parcerias para manutenção de UTIs-Neonatais em todas as maternidades SUS, além da garantia de cumprimento das políticas nacionais de atenção obstétrica e neonatal, e o aprimoramento do processo de alta hospitalar, garantindo a consulta do bebê e da mãe junto com resumo de alta.

Parcerias

Dentro do conceito de atenção integral a gestantes e crianças, a Prefeitura de Sorocaba mantém importantes parcerias com o Conjunto Hospitalar de Sorocaba, mantenedor do Banco de Leite  Humano  (BLH) e  com o Hospital Santa Casa, onde funciona um posto de coleta de leite humano, de forma a incentivar e permitir o aleitamento  natural, bem como com algumas outras instituições comprometidas com o fortalecimento de ações  sociais para que, juntamente com as equipes de Saúde, desenvolvam ações pontuais e sistematizadas de incentivo ao aleitamento, o que já resultou, inclusive, na implementação de “Espaço Amamentação” em algumas unidades de saúde do município.

Dentro da própria estrutura da Prefeitura existe um movimento de união de esforços que dá resultados. A presidente do Comitê de Mortalidade Infantil destaca a integração entre a Secretaria de Desenvolvimento Social (SEDES), pasta que encontra-se sob seu comando, e a Secretaria da Saúde (SES). A iniciativa estabeleceu uma regionalização da cidade para maior integração das ações de saúde com as de assistência social, propiciando um melhor acompanhamento das gestantes, crianças  e famílias, o que tem impactado de maneira positiva na redução da  mortalidade  e melhoria da saúde da infância em Sorocaba.

Além disso, dentro da Prefeitura foi criado um projeto chamado “GerAções”, desenvolvido por meio de parceria entre as Secretarias de Desenvolvimento Social, de Saúde e o Fundo Social de Solidariedade, que prioriza o acompanhamento de gestantes em situação de risco que são identificadas pelas Unidades Básicas de Saúde e pela Policlínica Municipal. O projeto oferece atendimento multidisciplinar pré e pós-natal com o objetivo de diminuir a  morbimortalidade de mães e  de bebês com idade inferior a um ano, provendo meios saudáveis de reprodução e potencializando habilidades das mães no cuidado com os filhos  com  apoio educativo. O projeto fortalece a vigilância dos riscos sociais no meio materno-infantil, por meio da articulação dos serviços oferecidos pelos Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) e as Unidades Básicas de Saúde, promovendo meios saudáveis de reprodução e potencializando habilidades das mães no cuidado com os filhos, possibilitando a identificação precoce de fatores de risco.

Edith Di Giorgi destaca que é importante que a mulher entenda a importância do período gestacional antes mesmo de engravidar, de forma a procurar atenção especial para estabelecer cuidados e hábitos saudáveis, como planejamento da futura gravidez. “Para ter uma gravidez mais segura, parto e puerpério adequados, toda mulher deve procurar um serviço de saúde para receber as devidas orientações, realizar exames e suplementações, conforme protocolos estabelecidos”, comenta Edith. “A avaliação pré-concepcional deve ser estimulada, pois possibilita identificação de fatores de risco ou doenças que podem alterar a evolução normal de uma gestação, sendo fator de extrema importância na melhoria da assistência materno-infantil, podendo até influenciar na redução da morbimortalidade materna, infantil e fetal”, completa.

Próximos passos

A redução do coeficiente de mortalidade infantil está diretamente relacionada ao trabalho coordenado pelo Comitê Municipal de Mortalidade Infantil na análise dos dados e acompanhamento dos serviços. E esse trabalho, agora, está em fase de revisão para que as ações sejam retomadas de forma intensificada e sistematizada junto às áreas social, educacional, entidades, conselhos, propiciando um diagnóstico ainda mais fiel da situação e a elaboração de planos de ação que reforcem ainda mais dessa linha de cuidado materno-infantil e a consequente redução da mortalidade infantil.

Fonte: Agência Sorocaba de Notícias