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Integrantes do Fórum Popular de Saúde de Sorocaba realizaram no fim da tarde desta quainta-feira no cruzamento dos bulevares Barão e Braguinha um ato público de repúdio ao que chamaram de “processo de terceirização” que a Prefeitura cogita de implantar nas unidades de saúde mantidas no Município. Alertando a população para os prejuízos que a medida provocará se for colocada em prática, o grupo criticou a falta de transparência do governo na condução do assunto. “Sabemos que com a UPH da Zona Leste, que já nasceu terceirizada, o Município gasta algo em torno de R$ 30 milhões por ano. Já sobre a situação das demais unidades ninguém se manifesta ou esclarece o que é necessário”, disse o militante Gilberto Vanetti.

O movimento pretende buscar a adesão de outras organizações e deve se reunir com representantes de sindicatos para discutir o assunto. Outra medida estudada é ampliar a mobilização a setores como a OAB e encaminhar ao Ministério Público do Trabalho requerimento para abertura de inquérito que apure possíveis irregularidades, já que a Prefeitura assinou um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) pelo qual se comprometeu a não privatizar serviços essenciais e a garantir os direitos dos trabalhadores.

Quando anunciou a intenção de repassar a gestão das unidades à Faculdade de Medicina da PUC, o secretário da Saúde, Armando Raggio, definiu o procedimento como “contratualização”. “Contratualizar e privatizar são a mesma coisa. Não importa o nome. Os problemas são os mesmos. Ficou comprovado que em cidades que adotaram esse sistema a situação não melhorou. O que Sorocaba precisa é reavaliar sua política para o setor e executar um planejamento estratégico das ações, dimensionando melhor os serviços. Nao é possível que uma cidade com o orçamento como o que temos não seja capaz de atender à demanda com um mínimo de acerto”, disse Vanetti.

O Fórum entende que o “sucateamento” da saúde é proposital. “Essa tem sido uma prática recorrente não apenas aqui. Os governos desmantelam as unidades para dar a entender que não podem mais administrá-las. E, com isso, abrem caminho para organizações sociais e outras instituições. Quem garante que os servidores serão aproveitados? Quem pode garantir que os serviços ficarão melhores e que num futuro próximo, não começarão a cobrar para que a população seja atendida? Pior: tudo isso é feito com o dinheiro do contribuinte sorocabano”, concluiu o militante.

Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul