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O senador Aécio Neves, presidente nacional do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), esteve em Sorocaba na manhã de ontem. Recepcionado pelo prefeito Antônio Carlos Pannunzio, ex-prefeito Vitor Lippi, deputada estadual Maria Lúcia e lideranças de municípios da região, Aécio se encontrou com líderes e militantes no Clube União Recreativo, sede central.

Marcado para as 9h30, o encontro teve início por volta das 11 horas em clima de eleição, já que Lippi será candidato a deputado federal e Aécio disputa a candidatura à Presidência da República com José Serra.

Se dentro do clube o clima era de festa e confraternização, fora os políticos foram cercados de críticas. Ao final do encontro tucano, Aécio caminhou pela Boulevard Braguinha acompanhado das lideranças da cidade.

O ex-prefeito Lippi ouviu xingamentos de uma munícipe, que lembrou a morte de 30 cães em julho do ano passado na sede da Zoonoses.

Junto a outros populares, ela dirigiu palavras de baixo calão à Pannunzio sobre o lixo que se acumula pelas ruas.

ENCONTRO – Ao chegar ao clube, Aécio falou rapidamente sobre sua possível candidatura à presidência, afirmando que o partido está unido e na hora certa vai anunciar a decisão.

No salão principal uma faixa levava a frase “Vitor Lippi e Aécio Neves juntos em 2014”, afirmação que embalou a maioria dos discursos da manhã. Lippi frisou que o senador é a esperança do país e que não sente orgulho do atual governo federal.

O deputado federal José Aníbal afirmou que o governo do Partido dos Trabalhadores (PT) já se esgotou e que o PSDB está se mobilizando 10 meses antes da eleição porque está confiante.

Críticas ao PT também estiveram presentes no discurso do presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo, Samuel Moreira.

“Vamos tirar o PT do governo. Ele (Aécio) é o nosso líder e vai nos levar à vitória, nosso futuro presidente”.

A deputada estadual Maria Lúcia em seu pronunciamento reforçou a fala dos colegas, dizendo que o país não pode mais ficar nas mãos do PT, que é “um partido que corrompe e rasga a história de sua criação”.

O prefeito Pannunzio iniciou o discurso empolgado, afirmando que o partido sabia que iria vencer a última eleição na cidade e que estão mais unidos do que nunca. Por volta das 11h40 Aécio Neves finalmente tomou a frente da reunião tucana e afirmou que há muito tempo gostaria de vir à Sorocaba.

Não poupou elogios ao prefeito e disse que hoje, o PSDB tem consciência de sua responsabilidade de “retornar à ética”.

Citou também os problemas gerados pelo uso de drogas, a intenção de reestatizar a Petrobras e os boatos de que o partido acabaria com programas sociais como o ‘Bolsa Família’.

“Espero, daqui a três ano, anunciar no Palácio do Planalto que temos cinco milhões de famílias a menos no Bolsa Família, porque estão trabalhando dignamente”.

O discurso foi encerrado com “me ajudem a vencer em São Paulo, que e ganho no Brasil!”.

Em rápida coletiva concedia à imprensa, Aécio disse que o estado de São Paulo continua sendo um importante instrumento de desenvolvimento do país e citou a economia, campo social e superação de pobreza, como principais pontos para uma mudança.

Lixo e Saúde ofuscam a passagem em Sorocaba:  foi tumultuada e acabou ofuscada pelas críticas feitas diretamente ao prefeito Antonio Carlos Pannunzio (PSDB), por pessoas que estavam no centro da cidade, em relação a situação do lixo no município.

O pré-candidato tucano também encontrou uma manifestação contra a centralização do atendimento da saúde no município, organizada pelo Fórum Popular de Saúde.

Devido ao tumulto, que chegou a ter ofensas e até empurra-empurra, a caminhada de Aécio Neves com políticos sorocabanos e correligionários durou entre 10 a 15 minutos, percorridos poucos metros entre a Praça Coronel Fernando Prestes e rua Dr Braguinha, com encerramento na rua Monsenhor João Soares.

Tão logo saiu da sede central do Clube Recreativo de Sorocaba, local em que ocorreu o evento do PSDB, Aécio Neves se deparou com um grupo do Fórum Popular de Saúde que se manifestava em frente ao prédio, na praça Coronel Fernando Prestes.

Com gritos de ordem, “você não me representa”, feitos por intermédio de um megafone, o grupo de aproximadamente 10 pessoas criticava o governo do PSDB de Sorocaba e a situação da saúde, principalmente pela centralização do atendimento nas Unidades de Pronto-Atendimento (UPHs).

Caminhando junto com o prefeito Antonio Carlos Pannunzio, o ex-prefeito Vitor Lippi, o presidente da Câmara de Vereadores de Sorocaba, o vereador José Francisco Martinez (PSDB), além de dezenas de correligionárias e prefeitos e vereadores da região, Aécio Neves disse ao jornal Cruzeiro do Sul que não viu a manifestação: “Não tô vendo ainda e não tô nem ouvindo. Nem sei sobre o que se trata.”

Na rua Dr. Braguinha, Aécio Neves caminhava, enquanto correligionários gritavam: “A juventude já decidiu, Aécio Neves presidente do Brasil.”

Alguns moradores de Sorocaba, criticavam a comitiva tucana que passava pela rua central de Sorocaba.

Moradora do Jardim Magnólia, Vilma Floriano, era a mais revoltada. “Pannunzio lixo. Recolhe o lixo.”

A moradora continuou suas criticas, com o auxílio de outros populares, enquanto Aécio Neves tomava café com leite num estabelecimento, na rua Dom Pedro II, ao lado do prefeito Antonio Carlos Pannunzio e ex-prefeito Vitor Lippi. “E o lixo Pannunzio. Vai tirar o lixo.”

Alguns correligionários do PSDB responderam a moradora, dizendo que ela era filiada do PT e que o lixo estava em Brasília. Na sequência, os correligionários gritaram o nome de Aécio e Pannunzio.

Vilma Floriano disse a reportagem não ser do PT. “Odeio o PT, só que o lixo da cidade como fica. Vão recolher?”

Num determinado momento houve um empurra-empurra controlado pelas pessoas presentes. A comitiva andou mais alguns metros e terminou a caminhada. Pannunzio, Aécio Neves, Vitor Lippi e outras pessoas entraram numa van e deixaram o local.

“É natural” – O secretário de Governo e Segurança Comunitária, João Leandro da Costa Filho, viu como algo natural as críticas feitas pela população e também pelo Fórum Popular de Saúde.

Segundo ele, Sorocaba está passando por um momento complicado em relação ao lixo, só que o poder público tem trabalhado bastante para resolver o problema.

“Temos dado todas as explicações aos cidadãos e não deixando nenhuma impressão de querer acobertar e minimizar essas questões. A questão do lixo será mais uma semana e tudo volta a normalidade.”

O secretário disse que a população tem o direito de se manifestar, como parte da democracia. “Mesmo que seja de forma equivocada, mas tem que garantir o direito das pessoas de se manifestarem.”

João Leandro disse que não foi agradável ao pré-candidato Aécio Neves passar por locais cheios de lixo no centro, porém informou que a situação não seria diferente se houvesse os contêineres.

“Os contêineres estariam também lotados de lixo e isso não muda nada. É algo assim é muito pequeno diante da grandeza do evento.”

“Me ajudem a vencer em SP”: Em discurso de 26 minutos e 24 segundos, Aécio Neves atacou o governo da presidenta Dilma Rousseff (PT) e, antecipando o clima de campanha eleitoral, decidiu fazer uma previsão ao seu favor, mesmo ainda sendo apenas pré-candidato pelo PSDB: “Me ajudem a vencer em São Paulo, que eu ganhou as eleições no Brasil. Até a vitória do PSDB, do trabalho e da seriedade.”
Uma das principais críticas feitas por Aécio Neves, ao governo petista, foi em relação ao Bolsa Família.

O senador tucano disse que a ideia de que o PSDB vai acabar com o Bolsa Família sempre volta à tona quando inicia a campanha eleitoral. Aécio disse que a intenção é continuar com o programa de transferência de renda (bolsa-alimentação, bolsa-educação e vale-gás), que foi iniciado no governo no PSDB e que foi renomeado pelo PT.

Ao mesmo tempo que enalteceu a ideia do PT, de unificar os programas e ampliá-los, Aécio disse que o Brasil precisa de outras alternativas de inclusão.

“Será que o pai de família vai se sentir feliz e satisfeito de deixar como herança para seu filho o cartão do Bolsa Família? Não! Não vamos acabar com o programa e vamos aprimorá-lo.

Daqui a três anos, eu quero anunciar cinco milhões de famílias a menos no Bolsa Família e que elas estarão no mercado de trabalho.”

Além disso, Aécio criticou a gestão de saúde petista, ao dizer que no governo do PSDB, 56% dos investimentos da saúde vinham dos cofres da União e que atualmente, com o PT, este saldo é de apenas 45%. De acordo com ele, que paga o restante da conta são os prefeitos nos municípios.

A Petrobras e as obras inacabadas do governo federal também foram tema das criticas do senador de Minas Gerais. “Nem tente nos igualar com aqueles que se utilizam do Estado e do dinheiro público em busca de projetos pessoais e políticos.

O PT infelizmente, para o Brasil e pra democracia, perdeu a capacidade e o interesse de ter um projeto para o país, somente para obter exclusivamente um projeto de poder.”

Todos os políticos que tiveram voz no encontro tucano deste sábado, entre eles o prefeito Antonio Carlos Pannunzio e o ex-prefeito Vitor Lippi, colocaram Aécio Neves como futuro presidente do país.

O deputado federal José Aníbal (PSDB) disse que o PSDB do Brasil está fazendo uma opção clara em torno da candidatura de Aécio Neves para presidente.

“Isso não quer dizer que alguém tá sendo preterido e é uma vontade majoritária que está se afirmando.”

O ex-governador José Serra (PSDB) também quer se candidatar.

Tucano defende investigação das denúncias de cartel no metrô: O senador Aécio Neves defendeu neste sábado, em Sorocaba, a investigação das denúncias de formação de cartel no metrô de São Paulo, no governo do PSDB do estado de São Paulo e também de contratos firmados entre seu governo em Minas Gerais com a empresa (Limeira Agropecuária) de propriedade do deputado estadual Gustavo Perrela (SDD). O deputado, filho do senador Zezé Perrela, teve um helicóptero da família apreendido com mais de 443 quilos de cocaína.

Sobre a notícia de possível apuração do caso por parte do Ministério Público (MP/MG), Aécio Neves defendeu a investigação e afirmou que não cometeu nenhum deslize como governador.

“Tudo tem que ser investigado, em qualquer tempo e em qualquer governo. Eu me orgulho em ter feito um governo em Minas Gerais onde no final tive 92% de aprovação, sem qualquer deslize. O Ministério Público é um instrumento da sociedade e tem que investigar agora e no futuro, onde haja denúncia. Se alguém cometeu alguma irregularidade que seja punido.”

Já sobre as denúncias de corrupção e formação de cartel no metrô de São Paulo, investigadas pela Polícia Federal e MP/SP, trazidas a público pela Siemens, Aécio seguiu a mesma linha.

“Tem que apurar e tem que investigar. Qualquer denúncia precisa ser investigada. O PSDB não passa a mão na cabeça de ninguém. Se alguém cometeu irregularidade, seja de qualquer partido, tem que ser responsabilizado.”

“Com a crista mais baixa”: Já o deputado federal, José Aníbal (PSDB), que teve seu nome envolvido no caso do propinoduto tucano, com a denúncia de cartel no metrô, disse que o ministro José Eduardo Cardozo (PT) – que entregou os documentos à Polícia Federal indicando o suposto pagamento de propina em licitações para a compra de equipamentos para o metrô paulista durante os governos Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra. – veio de “crista mais baixa”, na audiência ocorrida quarta-feira na Câmara dos Deputados, em Brasília. Segundo ele, o deputado assumiu que os problemas da Siemens ocorrem em outros oito países e também em capitais como Brasília, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e também no governo federal.

“Não vem com esta história para cima de nós, porque com textos anônimos, suspeitos e falsos, nós é que vamos fazer um trabalho de investigação sobre as motivações de tudo isso.”

Aníbal diz estar tranquilo e informou que desafiou o ministro José Eduardo Cardozo diversas vezes, na audiência realizada de quarta-feira.

Crítica ao PT: Aécio Neves (PSDB), comentou a respeito do escândalo do cartel da Siemens e do superfaturamento das obras do metrô, que envolvem nomes de políticos tucanos.

“Independente da origem da filiação tem que ser punido”, declarou ele. “O que eu tenho dito como presidente do PSDB é que as denúncias, venham elas de onde vierem, têm de ser investigadas”, exaltou o líder do partido tucano. “Acho que isto serve de alerta para que o governo fique mais atento”.

Aécio ainda aproveitou para cutucar o partido da oposição, o PT, no qual ele afirma que estaria tentando tirar vantagem política da crise de sua legenda.

“Não podemos aceitar a utilização do Estado em benefício de projeto de poder de partido político”, enfatizou.

Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul, Jornal Diário de Sorocaba e Jornal Ipanema