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Catorze dias após ter sido exonerado pelo prefeito de Sorocaba, José Crespo (DEM), por “motivos políticos”, o vereador tucano Anselmo Neto retornou nesta segunda (24) ao cargo de secretário de Relações Institucionais e Metropolitanas. E, com isso, o suplente, o também tucano João Paulo Miranda, mais uma vez retorna ao Legislativo.

O decreto com a nomeação de Anselmo foi assinado na manhã desta segunda (24) pelo chefe do Executivo, sendo que a informação foi confirmada pelo secretário de Comunicação do Paço, o jornalista Eloy de Oliveira. Anselmo informou que a decisão de Crespo foi tomada após o prefeito ter a confirmação por ele de que “o problema da falta de alinhamento político no Legislativo já foi solucionado”.

O tucano João Paulo Miranda também já se encontrou com o líder do governo, o vereador Fernando Dini (PSDB), e teria sido orientado a integrar a base e votar de acordo com os interesses do governo. JP Miranda disse ao Cruzeiro do Sul que “não tem problemas de ordem ideológica e programática para acompanhar votações”.

De acordo com Anselmo Neto, o prefeito José Crespo entrou em contato telefônico no sábado e o avisou sobre a “nova nomeação” a partir de segunda-feira para que já o representasse num evento envolvendo presidentes de Câmaras de Vereadores das cidades da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS). “Ele me ligou no sábado e disse que, mais uma vez precisaria de mim. Para que eu assumisse o cargo na segunda e já participasse desse evento. Afirmou que estaria assinado a portaria com a nomeação na manhã desta segunda-feira”, disse.

Anselmo voltou a confirmar que teria sido exonerado para que pudesse ajudar o líder do governo, Fernando Dini (PMDB), a promover o alinhamento político de sua base, que estava “desestruturado” , tendo o governo sido derrotado em votações importantes, como a criação do cargo de um assessor externo para trabalhar em Brasília, com objetivo de buscar repasses e emendas que pudessem ser destinadas ao Município. “Agora está tudo certo. A base está alinhada com os interesses do governo e deverá aprovar as propostas lá encaminhadas”, afirmou, conformando que “inclusive deverá ser aprovado o projeto de criação do cargo de assessor externo para atuação em Brasília”.

Com a base 

Questionado sobre o fato de seu suplente ter votado contrário à proposta ter  sido um dos motivos para que ele voltasse ao Legislativo para que JP Miranda saísse ele disse: “Não, não foi represália. Foi um conjunto de fatores. O prefeito Crespo precisava de mais alguém para ajudar a conversar com a base”. Porém, o próprio prefeito José Crespo, em entrevistas à imprensa, logo após a exoneração de Neto, no último dia 10, confirmou que a exoneração à época tinha como objetivo fazer um realinhamento de sua base, tendo em vista que Miranda não havia votado de acordo com seus interesses.

Vale lembrar que a exoneração de Anselmo naquela ocasião se confirmou um dia após a polêmica votação do projeto de lei de autoria do Executivo que visa criar um cargo comissionado de assessor externo, para atuar em Brasília buscando repasses e emendas que pudessem ser destinadas ao Município. O projeto, naquela ocasião, acabou rejeitado em primeira discussão e, antes que fosse derrubado em definitivo, o governo manobrou para retirar a proposta de pauta. O texto foi rejeitado por 11 votos a nove.

Volta ao Legislativo

Já o suplente João Paulo Miranda tomou posse, mais uma vez como vereador, na tarde desta segunda,  numa das salas do Legislativo. Logo quando deixou o cargo, JP não poupou críticas e disse que aquela medida era uma retaliação contra ele em razão do voto. Também desferiu duras críticas ao líder do governo, o vereador Fernando Dini. Dias depois, as críticas acabaram e postou uma foto ao lado de Dini, durante um encontro numa padaria da cidade.

Ontem, no começo da tarde, JP Miranda disse ter recebido a informação de que deveria tomar posse à tarde quando ainda estava em viagem, mas que chegou à tempo. Porém, dias atrás JP e Dini voltaram a se encontrar, segundo apurado pela coluna. Questionado sobre o fato de votar de acordo com os interesses da base, JP Miranda afirmou: ” Vamos analisar o que vem por aí, mas considerando que o prefeito é do DEM e eu do PSDB, não tenho problemas de ordem ideológica e programática para acompanhar votações. Antes mesmo, já votei algumas vezes com o prefeito.”

Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul